Nem sempre as coisas correm como planeado — e os exames nacionais são uma daquelas etapas em que o nervosismo, a pressão e até um simples bloqueio podem afetar o resultado final. Mas se os teus exames não correram como esperavas, isso não significa que o teu futuro ficou em pausa.

Há cada vez mais caminhos possíveis além do acesso tradicional ao ensino superior. Neste artigo, exploramos alternativas aos exames nacionais, soluções práticas e cursos com aplicação direta no mercado de trabalho que te podem ajudar a dar a volta por cima e seguir um percurso com sentido — e sucesso.

1. Primeiro: não és o único — e não é o fim do mundo

Antes de olhares para alternativas, convém reforçar esta ideia: milhares de estudantes todos os anos não entram na 1.ª fase, não conseguem a média que queriam ou simplesmente não seguem a via tradicional. E muitos deles encontram oportunidades melhores, mais adequadas e até mais motivadoras noutras áreas.

Não precisas de desistir de estudar — mas talvez precises de reformular os teus planos.

2. Cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP)

Se não conseguiste vaga no curso que querias, ou se simplesmente já não te revês na ideia de um percurso universitário clássico, os CTeSP podem ser uma excelente opção.

O que são?

  • Cursos com duração de 2 anos, oferecidos por politécnicos públicos e privados.
  • Combinam teoria e prática com estágios integrados.
  • Permitem, no final, o acesso direto ao mercado de trabalho ou a continuação para uma licenciatura.

Vantagens:

  • Acesso sem necessidade de exames nacionais (em muitos casos).
  • Formação prática e orientada para profissões reais (multimédia, turismo, tecnologias, logística, saúde…).
  • Alta taxa de empregabilidade.

Consulta as vagas abertas no site do DGES e dos institutos politécnicos — muitos ainda aceitam candidaturas nesta altura do ano.

3. Cursos profissionais com equivalência ao 12.º ano

Se ainda não terminaste o secundário ou estás em vias de transitar, os cursos profissionais ou vocacionais são uma hipótese válida — e muitas vezes subestimada.

Podes optar por áreas como:

  • Técnico de informática
  • Gestão e contabilidade
  • Cozinha e restauração
  • Estética, eletrónica, mecatrónica, entre outros

Estes cursos oferecem o diploma do ensino secundário + certificado profissional de nível 4.

E o melhor? Também permitem candidatura ao ensino superior, através dos concursos especiais.

4. Ano sabático com propósito: aprender, trabalhar, ganhar experiência

Se estás cansado, sem certezas sobre o que queres fazer ou precisas de tempo para te encontrar, tirar um ano sabático com intenção pode ser a melhor coisa que fazes por ti.

O que podes fazer nesse tempo?

  • Trabalhar (e poupar)
  • Fazer voluntariado em Portugal ou no estrangeiro
  • Participar em programas como o Gap Year Portugal
  • Investir em cursos online práticos e certificados (áreas como programação, design, marketing digital ou línguas)

Um ano bem aproveitado pode valer mais do que uma entrada apressada num curso que não é para ti.

5. Cursos curtos e práticos com saída profissional

Hoje em dia, há formações curtas (algumas com poucos meses) que te preparam diretamente para profissões técnicas altamente procuradas.

Exemplos de áreas com forte empregabilidade:

  • Programação e desenvolvimento web
  • Marketing digital e gestão de redes sociais
  • Cibersegurança
  • Design gráfico e UX/UI
  • Logística e transportes
  • Apoio à infância e geriatria

Plataformas como a Udemy, Google Career Certificates, Formação Modular Certificada (IEFP) e centros de formação locais oferecem formações que, apesar de não substituírem um curso superior, valem pela empregabilidade real que proporcionam.

6. Concurso para Maiores de 23 (ou maiores de 18 com provas de ingresso alternativas)

Se já tens 23 anos ou vais fazer em breve, podes concorrer ao ensino superior através do regime especial para maiores de 23 — sem exames nacionais. Fazes uma prova interna na instituição e, se passares, entras no curso.

Mesmo com menos idade, há concursos para maiores de 18 com ensino secundário completo, mediante provas próprias.

Cada vez mais instituições estão a abrir estas vias para candidatos com percursos alternativos.

7. Empreender jovem: transformar ideias em projetos

Nem todos os caminhos têm de passar por cursos formais. Se tens espírito criativo, autonomia e gosto por resolver problemas, podes aproveitar este momento para desenvolver um projeto próprio:

  • Criar conteúdo digital (YouTube, Instagram, TikTok)
  • Criar uma marca online (roupa, produtos, e-commerce)
  • Prestar serviços digitais (freelancer em design, tradução, gestão de redes)
  • Desenvolver uma app ou um jogo

Há incubadoras e apoios como o Empreende XXI para jovens empreendedores. E sim, podes começar pequeno.

Conclusão: há sempre caminho, mesmo que agora não o vejas

Nem todos entram na faculdade à primeira. Nem todos seguem o mesmo percurso. E ainda bem.

O importante é que percebas que os exames são uma etapa — não uma sentença. O que conta é o que fazes a seguir. E, como viste, tens à tua frente várias alternativas inteligentes e cursos práticos para dar a volta.

Respira fundo, analisa as opções, e escolhe o que faz mais sentido para ti — e não para os outros.

Se precisares de inspiração ou quiseres explorar cursos rápidos e com futuro, espreita as nossas sugestões atualizadas em Cursos ao Minuto.

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