Nos últimos anos, os cursos online tornaram-se uma ferramenta acessível e valiosa para o desenvolvimento académico e profissional. Plataformas como Coursera, Udemy, edX, FutureLearn ou mesmo os MOOCs oferecidos por universidades são hoje uma alternativa viável para adquirir novas competências — muitas vezes gratuitamente.

Mas como podes incluir estes cursos no teu currículo (CV) sem parecer exagerado ou amador? A verdade é que, se forem bem selecionados e apresentados de forma estratégica, os cursos online podem destacar-te da concorrência e mostrar que tens iniciativa, autonomia e vontade de aprender.

Neste artigo, explicamos como incluir os teus cursos online no CV de forma eficaz e profissional.

1. Cursos online valem mesmo a pena?

Sim — desde que estejam alinhados com os teus objetivos pessoais e profissionais. Não é necessário inscreveres-te em dezenas de cursos para pareceres “melhor preparado”. Mais importante do que a quantidade, é a qualidade e a relevância das formações escolhidas.

Os recrutadores valorizam candidatos que investem no seu crescimento e que procuram atualizar-se com as exigências do mercado. Se estás a candidatar-te a uma vaga de marketing digital, por exemplo, incluir cursos sobre Google Ads ou SEO pode fazer a diferença.

2. Quando deves incluir cursos online no CV?

Deves incluir cursos online no CV quando:

  • Estás a iniciar a carreira e queres mostrar que tens interesse em aprender;
  • Estás a fazer uma transição de área e os cursos ajudam a justificar essa mudança;
  • Queres reforçar competências técnicas ou teóricas que não foram aprofundadas na tua formação académica;
  • Completaste cursos reconhecidos ou certificados por instituições de prestígio.

Se fizeste cursos curtos só por curiosidade ou que não estão relacionados com os teus objetivos profissionais, o melhor é deixá-los de fora.

3. Onde colocar os cursos online no teu CV?

A localização ideal depende da estrutura do teu CV e da importância dos cursos para a vaga. Eis algumas opções:

a) Na secção “Formação Complementar”

Este é o local mais comum. Aqui podes listar os cursos que não fazem parte da tua formação académica tradicional, mas que acrescentam valor ao teu perfil.

Exemplo:

Formação Complementar
Curso de Análise de Dados com Excel, Coursera – 2024 (30h)
Marketing de Conteúdo, HubSpot Academy – 2023 (10h)

b) Na secção “Competências Técnicas” (com referência ao curso)

Se o curso te ensinou uma competência específica, como programação ou design gráfico, podes referi-lo na secção de competências, com uma nota breve sobre onde o adquiriste.

Exemplo:

Competências Técnicas:

  • HTML e CSS (curso Web Development – freeCodeCamp)
  • Edição de imagem em Photoshop (curso Adobe Essentials – Udemy)

c) Secção separada: “Cursos Online” ou “Certificações”

Se tens vários cursos online relevantes e bem estruturados, podes criar uma secção dedicada. Esta opção é útil sobretudo em candidaturas para áreas digitais ou tecnológicas, onde a atualização constante é valorizada.

4. Como descrever corretamente os cursos?

Evita títulos genéricos ou demasiado longos. Aponta o nome do curso, a plataforma (ou entidade certificadora), a data e, se for relevante, a carga horária ou principais tópicos abordados.

Exemplo claro:

Introdução à Programação com Python, edX – MIT (40h, concluído em 2023)
Principais tópicos: estruturas de dados, ciclos, funções, debugging.

Evita descrições vagas como:

“Curso de programação na internet (não me lembro da plataforma)”

5. Cursos gratuitos contam?

Sim. O facto de um curso ser gratuito não retira valor à formação adquirida. No entanto, é importante garantir que o curso:

  • Tem conteúdo de qualidade e é ministrado por uma instituição ou formador credível;
  • Foi concluído com sucesso (de preferência com um certificado);
  • Tem aplicação prática ou está relacionado com a área a que te candidatas.

6. Como evitar parecer que exageras?

Um dos maiores erros é listar cursos que não acrescentam valor ao teu perfil. Evita:

  • Incluir muitos cursos irrelevantes ou fora da tua área de interesse;
  • Repetir formações com conteúdos muito semelhantes;
  • Usar títulos demasiado genéricos (ex: “Curso sobre internet”);
  • Indicar cursos não concluídos (a não ser que estejam em fase final ou sejam relevantes).

Dica: Revê o teu CV com olhos de recrutador. Pergunta-te: “Este curso ajuda a contar uma história coerente sobre mim?”

7. E no LinkedIn?

O LinkedIn é uma excelente plataforma para mostrar a tua formação online. Podes:

  • Adicionar os cursos à secção “Licenças e Certificações”;
  • Mencionar aprendizados relevantes nas tuas publicações ou resumo;
  • Partilhar certificados ou badges digitais (ex: Google, HubSpot, Coursera, etc.).

Ter um perfil bem preenchido no LinkedIn pode reforçar a informação apresentada no teu CV.

Os cursos online são uma ferramenta poderosa para enriqueceres o teu CV, desde que os utilizes com critério. Não te sintas obrigado a preencher todas as linhas do teu currículo com formações — foca-te naquelas que realmente fazem sentido para o teu percurso.

Mostra que sabes escolher, aprender e aplicar. Assim, o teu CV será visto como o de alguém proativo, curioso e preparado para enfrentar desafios. E isso é sempre valorizado no mercado de trabalho.

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